O corpo é o elemento de onde parte a investigação policial para elucidação dos crimes contra a vida. A ciência papiloscópica é o elemento científico mais eficaz para a identificação do corpo, e com menor custo, constituindo, assim em um importante fator para a promoção da cidadania e da dignidade humana. Etimologicamente a palavra Papiloscopia origina do hibridismo grego-latino, Papilla = papilas, Skopêin = examinar, portanto examina-se cristas de fricção, comumente chamadas papilas dérmicas, seja dos dedos, da planta dos pés ou das mãos.
Sucedendo ao processo Antropométrico(1882), até então considerado o primeiro processo científico da identificação, baseado nas particularidades do esqueleto humano, a papiloscopia surge com força científica baseado em três princípios fundamentais da identificação; Perenidade: propriedade que tem os desenhos papilares de se manifestarem definidos, desde a vida intra-uterina (entre o quarto e o sexto mês) até a completa putrefação cadavérica; Imutabilidade: propriedade que tem os desenhos papilares de não mudarem a forma original e Variabilidade: propriedade que tem os desenhos papilares de não se repetirem.
Outro princípio importante na consolidação da ciência papiloscópica como cerne da identificação humana, sobretudo na esfera criminal foi o “princípio do intercâmbio ou da troca”, do cientista forense Edmond Locard (1877-1966), afinal toda cena de crime contém evidências, vestígios que podem levar a autoria de um delito.
No Brasil em 05 de fevereiro de 1903, o escritor, jornalista, político e advogado Felix Pacheco, fundador e primeiro Diretor do Gabinete de Identificação e Estatística da Polícia do Distrito Federal-RJ introduz está ciência, revolucionando na época todo o processo de identificação civil e criminal do país. Em 1963, através do Decreto Federal nº 52.871 o então presidente João Goulart deixou para a memória nacional a data 05 de fevereiro, como dia nacional do Datiloscopista/Papiloscopista. Mas, enfim, quem é esse profissional? Qual a sua importância para a sociedade?
Para o Dr. Paulo Gustavo Gonet Branco,
“Os Papiloscopistas são profissionais que lidam com vestígios humanos em busca da verdade que anima o Processo Penal.”
Ampliando o conceito podemos afirmar que os peritos em papiloscopia são os profissionais que trabalham no processo de identificação humana. Isso pode ser feito por meio da análise das digitais e também a partir da representação facial humana, termo que envolve algumas ferramentas de identificação, como: reconstituição facial, projeção de envelhecimento, de rejuvenescimento e de disfarce, comparação facial, além do tradicional retrato falado.
Por fim, caso seja vítima de um crime e seja necessário a verdadeira indicação do autor a justiça ou quando pegar sua carteira de identidade, lembre-se, os papiloscopistas estão do seu lado e em defesa da sociedade.
Antonio Maciel Aguiar Filho é Presidente do CONADI- Conselho Nacional dos Órgãos Oficiais em Identificação Civil e Criminal.